sexta-feira, 9 de setembro de 2011

RUBENS MANUEL LEMOS

RUBENS MANUEL LEMOS, natural de Santana do Matos-RN, NASCIDO A 7 DE JUNHO DE 1941, FILHO DE  José Ferreira Lemos e de Maria Bartulina Lemos. Casou-se com HELENA REALI, com quem teve três filhos: LUCIA, MARCOS WILSON e FABIO CÉSAR. Casado em segunda núpcias com   ISOLDA MARIA CARNEIRO DE MELO, com quem teve três filhos:RUBENS MANOEL RUBENS FILHO, IASMINE LEMOS, CAMILO LEMOS e DANIEL DANTAS. Militante de esquerda, candidato a governador pelo PT no pleito eleitoral de 15 de novembro 1982,  obtendo 3207  votos.Comando o programa de Rádio “A GRANDE PARADA”, na Rádio Poti, Rubens faz críticas ao Regime Militar. Tem início à perseguição que o levou ao exílio ao regime Militar no Chile, e , na volta ao Brasil, aos porões da Ditadura Militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCRB), retornou ao Brasil para ajudar um companheiro a sair do país. Acabou preso no DOI-Codi, no Recife, tendo sido barbaramente torturado. Um dos seus algozes foi o famigerado delegado SÉRGIO PARANHOS FLEURY, imagem e semelhança da repressão. Ele trabalhou nos  Rádio NORDESTE, TROPICAL, RURAL DE NATAL, TABAJARA DE JOÃO PESSOA, VILA REAL DE CUIABA e foi correspondente do Diário de Pernambuco. Rubens Lemos morreu em  4 de junho de 1989. 
FONTE: JORNAL DO SISJEM, EDIÇÃO DO DIA 27 DE JULHO DE 2011

EDSON NEVES QUARESMA

Dados Pessoais
Nasceu no dia 11 de dezembro de 1939 em Itaú no município de Apodi, Rio Grande do Norte, filho de Raimundo Agostinho Quaresma e Josefa Miranda Neves. Atividade Estudou até a 5ª série do curso primário em Natal/RN. No ano de 1958 transfere-se  para  Recife/PE,  onde  ingressa  na  Escola  de  Aprendizes  de Marinheiros, da qual sai como grumete em 1959. Logo em seguida, é deslocado para o Rio de Janeiro, tendo servido no cruzador Tamandaré. Com a constituição da Associação de Marinheiros do Brasil, Edson passa a integrar seus quadros, atuando  na  tesouraria  daquela  entidade  de  defesa  dos  interesses  sócio econômicos  dos marujos  brasileiros. O  golpe militar reprime radicalmente  o movimento dos praças da Marinha, resultando na prisão e confinamento de Edson na Ilha das Cobras, por um período de um ano e dois meses. Em 31 de dezembro de 1964 é expulso da Armada. A partir de 1965 mergulha da  clandestinidade, tendo viajado para Cuba, onde fez treinamento militar, regressando ao Brasil em julho de 1970, já como militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). 
Circunstâncias da Prisão e Morte
No dia 05 de dezembro de 1970, Edson passava junto com Yoshitame Fugimore  pela  Praça  Santa  Rita  de  Cássia,  em  São  Paulo,  quando  foram reconhecidos por uma patrulha do DOI-CODI do II Exército que começou a persegui-los. A equipe da repressão metralhou o automóvel que os conduziam, ferindo ambos.  Edson,  mesmo  ferido,  tentou correr,  sendo alcançado  pelos policiais que o assassinaram cruelmente. Um dos agentes segurou-lhe um dos braços e outro policial, segurou o outro braço, pisando violentamente na sua garganta, matando-o. A necropsia foi feita pelo legista da ditadura militar Harry Shibata. Seu corpo foi sepultado como indigente no cemitério de Vila Formosa, na quadra 15 e túmulo 66, com o nome falso de Célio Silva Alves. Documento do CENIMAR,  entretanto, afirma  que  Célio  foi identificado por  exame datiloscópico como Edson  Neves Quaresma.
FONTE: LIVRO O GOLPE MILITAR NO RIO GRANDE DO NORTE E OS NORTE-RIO-GRANDENSES MORTOS E DESAPARECIDOS: 1969/73, DE LUCIANO FABIO DANTAS CAPISTRANO

BERGSON GURJÃO FARIAS

Dados Pessoais
Nasceu em 17 de maio de 1947 no município de..., Rio Grande do Norte, filho de Gessiner Farias e Luiza Gurjão Farias.
Atividades
Militante  do  Partido  Comunista  do  Brasil  (PC  do  B),  estudou  na Faculdade de Química da  Universidade Federal do Ceará e foi vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes em 1967. Preso no Congresso da UNE, em Ibiúna (SP), em 1968. Expulso da Faculdade em 1969, com base no famigerado
Decreto-lei 477. Indiciado no inquérito por participação no XXX Congresso da UNE, foi condenado em 1º de julho de 1969, pela Auditoria Militar, a dois anos de reclusão. Em 1968, no Ceará, foi ferido gravemente à bala na cabeça, quando participava de uma manifestação estudantil. Refeito do ferimento e sob constante
perseguição policial, deslocou-se para o interior do estado, indo residir na região de  Caianos,  onde  continuou  suas  atividades  políticas.  Posteriormente  foi transferido para a região da Araguaia, incorporando-se ao agrupamento militar de seu partido em ação na área.
Circunstâncias da Prisão e Morte
Ferido em combate, em 08 de maio de 1972. Seu corpo foi levado para Xambioá,  todo  deformado  pelas  torturas,  tendo  sido  dependurado  em  uma árvore, com a cabeça  para  baixo, a  qual era chutada constantemente  pelos militares mobilizados na caça aos guerrilheiros. Segundo depoimento de Dower
Cavalcanti, ex-guerrilheiro já falecido, o general Bandeira de Melo lhe dissera que  Bergson  estaria  enterrado  no  Cemitério  de  Xambioá.  O  Relatório  do Ministério da Marinha sobre a Guerrilha do Araguaia diz que em “junho de 1972 foi morto...” Seu desaparecimento foi denunciado em Juízo em 1972 e 1973 pelos presos políticos José Genoíno Neto e Dower Cavalcanti. Genoíno afirma que o corpo de Bergson lhe foi mostrado durante um de seus interrogatórios e que sabia que ele se encontrava doente de malária; tendo sido morto a baioneta. Dower Cavalcanti revela que foi preso junto com Bergson e que ele teria sido morto a baioneta. 
FONTE: LIVRO O GOLPE MILITAR NO RIO GRANDE DO NORTE E OS NORTE-RIO-GRANDENSES MORTOS E DESAPARECIDOS: 1969/73, DE LUCIANO FABIO DANTAS CAPISTRANO

LIGIA MARIA SALGADO NÓBREGA


Dados Pessoais
Nasceu em 30 de julho de 1947 em Natal, Rio Grande do Norte. Filha de Georgino Nóbrega e Naly Ruth Salgado Nóbrega, foi a terceira numa família de seis irmãos.
Atividades
Ainda  pequena,  Lígia  mudou-se  para  a  cidade  de  São  Paulo  onde estudou, terminando o curso de Normalista no Colégio Estadual Fernão Dias Paes. Em 1967, entrou no curso de Pedagogia da Universidade de São Paulo (USP) e se destacou pela sua capacidade intelectual, pela liderança e empenho em abrir  horizontes, modernizar métodos  de ensino, implicar as  pessoas em sua responsabilidade  social em  uma  vida  digna,  onde  direitos  humanos  fossem respeitados e o individuo fosse um verdadeiro cidadão. Após a edição do Ato Institucional  nº5, com os canais  de  participação aberta e legal fechados pela ditadura  militar.  Em  1970,  Lígia se engaja  na Vanguarda Armada  Palmares (VAR-PALMARES) e com  outros companheiros,  passa à  luta armada  para enfrentar a violência do regime vigente no país à época.
Circunstâncias da Morte
Foi metralhada em  29  de março  de  1972,  quando a casa em  que se encontrava no bairro de Quintino, Rio de Janeiro, foi invadida por agentes do DOI-CODI do I Exército. Com Lígia, foram mortos seus companheiros: Antônio Marco Pinto de Oliveira e Maria Regina Lobo Leite Figueiredo. Seu corpo foi reconhecido por seu irmão Francisco Salgado da Nóbrega, em 07 de abril de 1972, tendo sido sepultada em cemitério de São Paulo.
FONTE: LIVRO O GOLPE MILITAR NO RIO GRANDE DO NORTE E OS NORTE-RIO-GRANDENSES MORTOS E DESAPARECIDOS: 1969/73, DE LUCIANO FABIO DANTAS CAPISTRANO

VIRGILIO GOMES DA SILVA


Dados Pessoais
Nasceu em 15 de agosto de 1933 em Sítio Novo, município de Santa Cruz, Rio Grande do Norte. Filho de Sebastião Gomes da Silva e Izabel Gomes da Silva, casado e pai de três filhos.
Atividades
Foi operário da indústria química e dirigente do Sindicato dos Químicos e Farmacêuticos de São Paulo. Em 1962, foi baleado quando participava da luta pela conquista  do  13º salário, sendo  hospitalizado  no Hospital Brasília, Rua Vergueiro,  São  Paulo.  Com  o  golpe  militar  de  1964,  Virgílio  é  preso, permanecendo 4 meses na cadeia. Perseguido pela sua militância, não conseguia emprego nas fábricas; sobreviveu mantendo um pequeno bar em São Miguel Paulista. Entre outubro de 1967 e julho de 1968, faz treinamento militar em Cuba, como integrante dos quadros da Ação Libertadora Nacional (ALN). No início de setembro  de  1969, comanda  o  Grupo  Tático  que  sequestrou  o embaixador americano  no  Brasil,  Charles  Elbrick,  logrando  obter  a  libertação  de  15 prisioneiros políticos brasileiros. 105
Circunstâncias da Prisão e Morte
Foi preso no dia 29 de setembro de 1969, na Av. Duque de Caxias, São Paulo, por agentes da Operação Bandeirantes (OBAN). Declarações prestadas por Francisco Gomes da Silva, seu irmão, elucida as condições e circunstâncias do  assassinato  de  Virgílio:  “Meu  irmão  foi  preso  e  morto  na  Operação andeirantes, em 29 de setembro de 1969. Era militante da ALN e estava sendo procurado pela repressão. Eu já estava sendo interrogado, quando ouvi os gritos de  Virgílio  sendo  torturado.  Às  21:00h  do  mesmo  dia,  Virgílio  foi  morto, pendurado no pau de arara. Mais ou menos meia hora depois que eu soube que Virgílio havia morrido, o capitão Albernaz informou que o mesmo havia fugido. Ouvi comentários segundo os quais os torturadores haviam retirados os olhos e os testículos do meu irmão. Um delegado do DOPS afirmou para mim que Virgílio foi enterrado no cemitério de Vila Formosal”.

ZOÉ LUCAS DE BRITO FILHO

DADOS PESSOAIS

Nasceu no dia 17 de agosto de 1944 no município de São João do Sabugi, Rio Grande do Norte, filho de Zoe Lucas de Brito e Maria Celeste de Brito.

ATIVIDADES

Fez o curso primário no Grupo Escolar Senador José Bernardo em São João do Sabugi, cidade em que morou até 1958. Em 1959 transfere-se para Caicó, onde conclui o curso ginasial no Ginásio Diocesano Seridoense em 1962. O segundo grau, Zoé completou na cidade de Recife-PE, tendo posteriormente prestado exame vestibular, ingressando no curso de Geografia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Participou do movimento estudantil na capital pernambucana no período. Inicialmente foi militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) e a partir de dezembro de 1969, da Ação Libertadora Nacional, condição na qual foi preso em 31 de março de 1970 pela repressão política. Permaneceu preso durante sete meses, percorrendo diversas prisões: Segunda Companhia de Guarda, Forte de Cinco Pontas e Casa de Detenção do Recife. Antes de ser preso, Zoé era professor de Geografia, exercendo a profissão em escola particular. Depois de libertado, ficou alguns meses em Recife, mas diante do cerco e das ameaças policiais, Zoé viaja para São Paulo. Nesta cidade passou a trabalhar como corretor de imóveis.

CIRCUNSTÂNCIAS DA MORTE

Seu corpo, dilacerado, foi encontrado sobre so trilhos da Estação de Trem Ipiranga-São Paulo, em 28 de junho de 1973. As circunstâncias de sua morte continuam obscuras; a testemunha que comunicou ao seu irmão o falecimento de Zoé, não identificou-se.

SITUAÇÃO ATUAL

Presentemente seus familiares buscam elementos de prova com o objetivo de obter o reconhecimento da responsabilidade da União pelo assassinato de Zoé Lucas de Brito Filho.
FONTE: LIVRO O GOLPE MILITAR NO RIO GRANDE DO NORTE E OS NORTE-RIO-GRANDENSES MORTOS E DESAPARECIDOS: 1969/73, DE LUCIANO FABIO DANTAS CAPISTRANO

HIRAN DE LIMA PEREIRA


Nasceu em 03 de outubro de 1913 em Caicó, Rio Grande do Norte, filho de Hilarino Amâncio Pereira e Maria Marieta de Lima Pereira, casado com Célia Pereira, pai de quatro filhas. Atividades Militante  e  dirigente  do  Partido  Comunista  Brasileiro  (PCB).  Em meados da década de 30, Hiran é detido no Rio de Janeiro, quando servia ao Exército, permanecendo preso durante um ano. Foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Norte em 1946. Em 1948 tem o seu mandato cassado, junto com toda a bancada federal do PCB. No ano de 1949 é deslocado para Recife/PE, onde se  destaca  como  redator  do  jornal  Folha  do  Povo,  periódico  do  PCB  em Pernambuco, ao mesmo tempo que desempenha a função de vogal na Junta de Conciliação e Julgamento de Recife. Participa de todas as campanhas políticas e eleitorais a  nível  local e  nacional.  Com a eleição  de  Miguel  Arraes  para a Prefeitura  de  Recife, é  nomeado secretário  de Administração  do  município, permanecendo  na  função  nas administrações  que  o sucederam.  Na crise  da renúncia de Jânio Quadros, em agosto de 1961, é seqüestrado por agentes do IV Exército, ficando desaparecido por 10 dias, tendo sido levado para a ilha de 96Fernando de Noronha. Nesse ínterim, Hiran participa como ator da peça “A Pena e a Lei”, de autoria de Ariano Suassuna e direção de Hermilio Borba Filho, cuja estréia foi no Teatro Popular do Nordeste (TPN). Com o golpe militar em 1964, mergulha na clandestinidade, inicialmente em Recife e a partir de 1966 no Rio de Janeiro. Sua família, no entanto, sofre as consequências da onda repressiva que devasta os movimentos e organizações populares, sendo detidos no IV Exército, diversos membros da família de Hiran. Posteriormente foi transferido para São Paulo,  continuando a exercer missões  partidárias como jornalista e  dirigente político, até 1975 quando desaparece, imerso na penumbra do terror repressivo da ditadura militar.
Circunstâncias de da Prisão e Morte
Segundo relato de Zódja Pereira, filha de Hiran, que usava o nome de guerra de José Vanildo de Almeida, seu último contato com a família aconteceu em janeiro de 1975. Hiran não compareceu ao ponto de encontro com sua mulher em 13 de janeiro. Em 15 do mesmo mês, Célia Pereira foi presa por agentes do DOI-CODI  do  II  Exército,  sendo  torturada  violentamente  nas  sinistras dependências daquele  órgão, na rua  Tutéia,  São  Paulo. Durante  seu interrogatório, Célia percebeu que seu companheiro teria sido morto sob torturas
no mesmo período. Célia Pereira afirma também que vislumbrou entre várias pessoas levadas para sessões de interrogatórios, um cidadão encapuzado, com características físicas semelhantes ao seu marido. Um mês depois, duas filhas de 97Hiran  Prereira,  foram  presas  e  interrogadas  no  DOI-CODI  em  São  Paulo.
Documento do Ministério da Aeronáutica, contendo informações do Centro de Informações  da  Aeronáutica  (CISA),  dá conta  da  descoberta  de  uma conta bancária no BRADESCO, nome de José Vanildo de Almeida, cujo saldo era Cr$ 10,85 ( dez cruzeiro e oitenta e cinco centavos), indicando que Hiran teria sido
identificado pelos órgãos de segurança.
FONTE: LIVRO O GOLPE MILITAR NO RIO GRANDE DO NORTE E OS NORTE-RIO-GRANDENSES MORTOS E DESAPARECIDOS: 1969/73, DE LUCIANO FABIO DANTAS CAPISTRANO

JOSÉ SILTON PINHEIRO


Nasceu em 31 de maio de 1948 no sítio Pium de Cima, município de São José de Mipibu, Rio Grande do Norte, filho de Milton Gomes Pinheiro e Severina Gomes Pinheiro. Atividades Silton viveu até 06 anos de idade no sitio onde nasceu. Depois transferiuse para a cidade de Monte Alegre, na qual ficou até completar 10 anos de idade. A partir daí radicou-se na capital, Natal. O curso primário foi concluído no Instituto Sagrada  Família.  Terminou  o curso  ginasial  no Colégio  Santo Antônio,  dos Irmãos Maristas, em 1966. Iniciou o curso clássico no  Colégio Estadual Padre  Miguelinho,  finalizando-o  no  Atheneu  Norte-riograndense.  Em  1964, começa  sua  militância  política  no  movimento  estudantil,  tendo  sido  eleito presidente do Diretório Marista de Natal, que logo depois do golpe militar passou a ser denominado Grêmio Marista de Natal. Jovem cheio de alegria, senso de humor e com grande facilidade de fazer amigos, tinha carinho especial pelas crianças. Em 1970, ingressa na Faculdade de Pedagogia da UFRN. Neste mesmo ano incorpora-se ao Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). Em função da perseguição política movida pela ditadura militar em 1972 é obrigado a 99 entrar na clandestinidade. Silton é deslocado para Recife/PE e posteriormente para o Rio de Janeiro, onde continua sua atividade política dentro do partido. 
Circunstâncias da Prisão e Morte
Foi morto, sob torturas, no dia 29 de dezembro de 1972, juntamente com os  seus  companheiros  de  partido:  Fernando  Augusto  da  Fonseca.  Getúlio Oliveira Cabral e José Bartolomeu de Souza, no Rio de Janeiro. Foi montado pela repressão  um “teatrinho”  para  justificar a  morte  dos  jovens revolucionários, como se tivesse ocorrida em tiroteio com os agente da ditadura. Seu corpo foi encontrado totalmente carbonizado, num automóvel Volkswagem à rua Grajaú, nº 321. Obviamente os corpos estavam nesse estado com o fim de ocultar as marcas das sevicias a que foram submetidos. No verso de sua Certidão de Óbito firmada pelo legista da repressão Roberto Blanco dos Santos, foi colocada a frase: “Inimigo da pátria” (terrorista), revelando o ódio dos seus algozes para com ele. Seu corpo foi sepultado no cemitério de Ricardo Albuquerque, em 06 de fevereiro de 1973, na cova nº 22.706, quadra 21. 
FONTE: LIVRO O GOLPE MILITAR NO RIO GRANDE DO NORTE E OS NORTE-RIO-GRANDENSES MORTOS E DESAPARECIDOS: 1969/73, DE LUCIANO FABIO DANTAS CAPISTRANO 

EMANUEL BEZERRA DOS SANTOS


Nasceu em 17 de junho de 1947 na praia de Caiçara, no município de São Bento do Norte, Rio Grande do Norte, filho de Luis Elias dos Santos, pescador e Joana Elias Bezerra, florista. Atividades Estudou  na  Escola  Isolada  São  Bento  do  Norte,  onde  fez  o  curso primário.  Em  1961  transfere-se  para  Natal,  passando  a  residir  na  Casa  do Estudante e a estudar no Colégio Atheneu Norte-riograndense. Quando cursava a 3ª série do curso ginasial, Emmanuel, juntamente com outros colegas, funda o jornal  O  Realista,  voltado  para a  denúncia  política  das  misérias  da  nossa sociedade. Logo em seguida, já na época da ditadura militar, Emmanuel cria  “ o Jornal do Povo”, publicação libertária com correspondente em vários municípios do estado. No Atheneu estuda até o 1º ano clássico, 1965. Em 1966 fica doente e perde o ano letivo, recuperando-se imediatamente com o supletivo (art.99) e presta exame vestibular, ingressando na Faculdade de Sociologia da Fundação José Augusto em 1967. Neste ano é eleito delegado ao XIX Congresso da UNE em São Paulo. Também é eleito presidente da Casa do Estudante, onde realiza uma administração marcada pelo dinamismo, ousadia e eficiência. A Casa do 91Estudante é transformada em forte trincheira de luta do movimento estudantil (secundaristas e universitários) de Natal. Torna-se, em 1968, na gestão de Ivaldo Caetano  Monteiro,  diretor  do  Diretório  Central  dos  Estudantes  da  UFRN, esempenhando função de liderança no meio universitário. A partir de 1966, Emmanuel passa a integrar o Partido Comunista Brasileiro (PCB), sendo um dos principais articuladores e  teóricos  da  Luta Interna  no  velho  partido,  dele se afastando em  1967  para  incorporar-se  no  Partido Comunista Revolucionário PCR). Com a edição do Ato Institucional nº 5, Emmanuel é preso (dezembro de 1968), condenado cumprindo a pena até outubro de 1969 em quartéis do Exército, Distrito Policial e finalmente na Base Naval de Natal. Libertado, Emmanuel imerge na clandestinidade, indo atuar politicamente (já como dirigente nacional do seu partido) nos estados de Pernambuco e Alagoas. Nesse período, realiza viagens ao Chile e Argentina em missão do partido, buscando aglutinar exilados brasileiros à  luta em  desenvolvimento  no  país.  Além  de  militante  político, Emmanuel era uma pessoa voltada para a arte e cultura, tendo participado dos
movimentos artísticos desenrolados na capital Natal. Rabiscou seus primeiros poemas adolescentes ainda  na sua  longínqua  Caiçara  do  Norte.  Apesar  das atribulações da vida clandestina, foi possível salvar alguns poemas de sua autoria. 
Circunstâncias da Prisão e Morte
Emmanuel foi preso no dia 04 de setembro de 1973, às 08:30 horas no Largo  da  Moema,  São  Paulo,  quando  regressava  de  viagem  ao  exterior. 92Conduzido  para  o  DOI-CODI  do  II  Exército,  onde  passou  a  ser  torturado brutalmente até a morte, junto com o seu companheiro Manoel Lisboa de Moura,
que havia sido aprisionado desde o dia 17 de agosto em Recife. A necropsia foi realizada pelo famigerado legista Harry Shibata, o qual deve ter assinado o laudo sem ter examinado o cadáver, não constatou as inúmeras marcas de torturas no corpo  de  Emmanuel.  Em  fotografia  recuperada  pelas  entidades  de  direitos humanos, fica evidenciada a violência sofrida por Emmanuel: seu olho esquerdo está  visivelmente  inchado, seus  lábios  também estão  intumescidos, sua  testa apresenta ferimentos, a base do seu nariz está quebrada, seu lábio inferior está cortado e em volta do seu pescoço desenha-se um colar de morte, como se fora feito a fogo. Foi sepultado, ao lado de Manuel Lisboa, no cemitério de Campo Grande, como indigente.
FONTE: LIVRO O GOLPE MILITAR NO RIO GRANDE DO NORTE E OS NORTE-RIO-GRANDENSES MORTOS E DESAPARECIDOS: 1969/73, DE LUCIANO FABIO DANTAS CAPISTRANO

GERALDO MAGELA F.T. DA COSTA


Nasceu em 1950 no município de Caicó, Rio Grande do Norte, filho de Luís Fernandes da Costa e Francisca Jandira Torres Fernandes da Costa.  Gerardo era poeta e jornalista. Durante o período em que residiu em Itú/SP, participou do jornal BIDU, gazeta poética e política que mobilizava a juventude  daquela  cidade  do  interior  paulista.  Depois,  passou  a  morar  em Sorocaba, onde prestou exame vestibular na Universidade local, tendo alcançado o    ano  do  curso  de  medicina.  Como  estudante  universitário  engajou  no movimento estudantil, inclusive foi eleito presidente do Diretório Central dos studantes  da Universidade  de  Sorocaba.  Era amigo  de Alexandre Vanucci Leme, estudante  de  Geologia  na  USP e assassinado  pelo  DOI-CODI  do  II Exército na mesma época de Gerardo. Era sobrinho, pelo lado materno, do exdeputado e ex-prefeito de Caicó, Manoel Torres.
 Circunstâncias da Prisão e Morte
Gerardo  morreu em  28  de  maio  de  1973.  Segundo a  versão  oficial divulgada  pela repressão  política, Gerardo  teria se suicidado, atirando-se  do 94 Viaduto do Chá, centro de São Paulo. A causa da morte do militante político foi atribuída a  traumatismo crânio-encefálico.  O  laudo  foi assinado  por  Otávio 'Andréia, legista da ditadura militar, responsável por inúmeros laudos falsos de morte de prisioneiros políticos, a exemplo de Luís Eurico Tejera Lisboa, morto sob tortura em São Paulo. Paradoxalmente o laudo oficial não registra, no cadáver de Gerardo, nenhuma outra fratura ou mesmo escoriações, prováveis em alguém caído de uma altura razoável. O jornal francês, Le Monde, veiculou à época a morte de Gerardo, atribuindo-lhe motivação de natureza política. Gerardo teria sido enterrado no cemitério de Perus/São Paulo com o nome verdadeiro
FONTE: LIVRO O GOLPE MILITAR NO RIO GRANDE DO NORTE E OS NORTE-RIO-GRANDENSES MORTOS E DESAPARECIDOS: 1969/73, DE LUCIANO FABIO DANTAS CAPISTRANO

DJALMA MARANHÃO

Nasceu no dia 27 de novembro de 1915 em Natal, Rio Grande do Norte,filho  de  Luiz  Ignácio  de  Albuquerque  Maranhão  e  Maria  Salmé  Carvalho Maranhão, casado com Dária de Souza Maranhão, com quem teve um filho: Marcos Maranhão.  Sua militância política tem início na década de 30, quando se filia ao partido Comunista do Brasil (PCB), desenvolvendo ação política no sul do país. Retornando a Natal em pleno Estado Novo, fundou um jornal e um clube de futebol. Com a redemocratização em 1945, Djalma Maranhão diverge da direção regional do partido, acabando por ser expulso de seus quadros, passando a fazer parte do Partido Social Progressista (PSP). Em 1954 é eleito deputado estadual, desempenhando o mandato até 1956, quando é nomeado pelo governador Dinarte Mariz, prefeito da cidade de Natal. Em 1958 renuncia à Prefeitura e candidata-se a  deputado  federal,  pela  legenda  da  União  Democrática  Nacional  (UDN), logrando conquistar a primeira suplência. De 21 de julho a 03 de novembro de 1960,  assumiu  a  cadeira  de  deputado  federal.  Em  1960,  em  campanha memorável, foi eleito prefeito de Natal pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN), 87assumindo a Prefeitura em 1961. Sua  administração  representou  uma  grande  revolução  no  setor educacional, com ênfase na alfabetização de milhares de natalenses, através da campanha de Pé no chão também se aprende a ler, inspirada no método Paulo Freire. A passagem de Djalma pela Prefeitura foi assinalada por inúmeras obras: Palácio dos Esportes, Estação Rodoviária, Galeria de Arte, Concha Acústica, etc. Apoiou  e  estimulou  todas  as  manifestações  culturais  da  cidade  de  Natal,promovendo eventos e envolvendo a população em diversas práticas  artísticas. Com o golpe militar de 1964, foi deposto, preso e teve seu mandato cassado. Levado  para Recife, foi  posteriormente transferido  para ilha  de Fernando  de Noronha, onde ficou confinado até o fim de 1964. Logo em seguida, Djalma segue para o exílio no Uruguai. Nesse ínterim foi julgado e condenado à revelia a 18 anos de prisão. 
Circunstâncias da Morte
Em  30  de julho  de  1971,  vitima  de  uma  parada cardíaca, falece em Montevidéu. Segundo seus amigos, Djalma Maranhão morreu de saudade do Brasil  e  particularmente  de  sua  cidade  Natal.  Seu  corpo  foi  sepultado  no Cemitério do Alecrim.
FONTE: LIVRO O GOLPE MILITAR NO RIO GRANDE DO NORTE E OS NORTE-RIO-GRANDENSES MORTOS E DESAPARECIDOS: 1969/73, DE LUCIANO FABIO DANTAS CAPISTRANO

LUÍS INÁCIO MARANHÃO FILHO


 Natural de Natal-RN, nascido em 25 de janeiro de 1921, filho de Luís Inácio Maranhão e Maria Salmé Carvalho Maranhão, casado com Odete Roselli Garcia.  Professor  do Atheneu Norte-rio-grandense,  da  Fundação José Augusto e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.  Jornalista, colaborou com  diversos  jornais  do Estado,  particularmente com  o Diário  de Natal.  Escreveu  vários artigos sobre  questões candentes  da realidade  para a Revista  da  Civilização  Brasileira.  Membro  do  Partido  Comunista  Brasileiro (PCB), tendo sido eleito para o seu Comitê Central no VI Congresso do partido em  1967.  Preso em  1952  pela Aeronáutica em  Parnamirim, foi  brutalmente torturado, constituindo essa saga vivida por Luís, um capítulo do livro A História Militar do Brasil, de Nelson Werneck Sodré. Em 1958, a convite de Fidel Castro visita  Cuba.  Com  o  golpe  militar  de abril  do  mesmo ano,  Luís é  preso e, novamente, submetido à tortura. Permanece preso até fins de 1964. Libertado, imediatamente passa à  clandestinidade, no Rio de Janeiro. Durante o período de vida clandestina, Luís Maranhão Filho, atua em diversas missões e comissões 103partidárias. Era importante elo de ligação nos contatos do partido com a Igreja Católica e políticos de oposição legal.
 Circunstâncias da Prisão e Morte
Luís Maranhão Filho foi preso no dia 03 de abril de 1974 numa praça em São  Paulo, capital.  Pessoas  que  presenciaram a cena,  informam  que ele  foi algemado e conduzido num transporte de presos pelos agentes do DOI-CODI do II Exército. A ditadura militar jamais reconheceu a prisão do militante político; oi  incluído  no  rol  dos  desaparecidos.  Sua  esposa  denunciou,  através  do Secretário  Geral  do  MDB  (Movimento  Democrático  Brasileiro),  deputado Thales Ramalho, que Luís estava sendo torturado em São Paulo pelo famigerado assassino  Sergio  Fleury.  Em  15  de  maio  de  1974,  o  vice-líder  da ARENA, eputado  Garcia  Neto  prometia “que  o  governo  tomaria  providências  para elucidar os sequestros de presos políticos, inclusive de Luís Maranhão Filho”. Providências  nunca encaminhadas.  Em  08  de abril  de  1987,  o ex-médico e torturador Amilcar Lobo revelou, em entrevista à Isto É, que viu Luís sendo torturado no DOI-CODI do I Exercito no Rio de Janeiro. Em 1993 o ex-agente do DOI-CODI, Marival Chaves, em entrevista à Revista Veja, disse que Luís fora trucidado  pelos  órgãos  de segurança  da   itadura  militar; seu corpo  não  foi localizado.
FONTE: LIVRO O GOLPE MILITAR NO RIO GRANDE DO NORTE E OS NORTE-RIO-GRANDENSES MORTOS E DESAPARECIDOS: 1969/73, DE LUCIANO FABIO DANTAS CAPISTRANO

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SUBTENENTE DA RESERVA REMUNERADA DA GLORIOSA E AMADA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO RIO GRANDE DO NORTE E PERTENCENTE A GUARDA PATRIMONIAL DO ESTADO, NO EFETIVO DO DESTACAMENTO DA GUARDA PATRIMONIAL DE MOSSORÓ. SOU MOSSOROENSE E AMO AS COISAS DE MINHA QUERIDA E AMADA CIDADE DE MOSSORÓ - FUTURA METRÓPOLE, SOU TORCEDOR DO MEU QUERIDO E AMADO BARAÚNAS. EXERCI A FUNÇÃO DE DELEGADO DE POLÍCIA NAS CIDADES DE APODI, ITAÚ, FELEIPE GUERRA, SÃO MIGUEL, DR. SEVERIANO, GOVERNADOR DIX-SEPT ROSADO, RODOLFO FERNANDES, TENENTE ANANIAS, MARCELINO VIEIRA E SEVERIANO MELO. SOU CASADO, PAI DE TRÊS FILHOS: JOTAEMESHON WHAKYSHON, JULLYETTH BEZERRA E JOTA JÚNIOR. TENHO UMA NETA - JÚLIA MELISSA, FILHA DE JULLYETTH E MOISÉS. AMO A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AMO AO MEU PRÓXIMO COMOA MIM MESMO, TENHO A MANIA DE PESQUISAR, LER E ESCREVER. SEMPRE PROCURO SER HONESTO E TENHO A HUMILDADE COMO MINHA PRINCIPAL ARMA PARA A MINHA FELICIDADE

EDSON NEVES

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APODI, 11/12/39 - 05/12/70

RUBENS MANUEL

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JOSÉ SILTON

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DJALMA MARANHÃO

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LIGIA SOLANGE

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I N S S

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O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi criado em 27 de junho de 1990. Na época, o então presidente Fernando Collor de Melo, por meio do Decreto n° 99.350, autorizou a fusão do Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS), com o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). O INSS é, portanto, uma instituição autárquica, com todas as características propostas no Decreto-Lei nº 200/67, vinculada ao Ministério da Previdência Social (MPS). Compete ao INSS a operacionalização do reconhecimento dos direitos da clientela do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que atualmente abrange mais de 40 milhões de contribuintes. O Instituto possui em seu quadro administrativo quase 40 mil servidores ativos, lotados em todas as regiões do País, que atendem presencialmente mais de 4 milhões de pessoas todos os meses. Conta com uma rede altamente capilarizada, de cerca de 1,2 mil unidades de atendimento, as chamadas Agências da Previdência Social (APS), presentes em todos os estados da Federação. Trata-se de um mecanismo democrático, que ajuda a minimizar as desigualdades sociais. A renda transferida pela Previdência é utilizada para assegurar o sustento do trabalhador e de sua família quando ele perde a capacidade de trabalho por motivo de doença, acidente, gravidez, prisão, morte ou idade avançada.