Natural de Natal-RN, nascido em 25 de janeiro de 1921, filho de Luís Inácio Maranhão e Maria Salmé Carvalho Maranhão, casado com Odete Roselli Garcia. Professor do Atheneu Norte-rio-grandense, da Fundação José Augusto e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Jornalista, colaborou com diversos jornais do Estado, particularmente com o Diário de Natal. Escreveu vários artigos sobre questões candentes da realidade para a Revista da Civilização Brasileira. Membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), tendo sido eleito para o seu Comitê Central no VI Congresso do partido em 1967. Preso em 1952 pela Aeronáutica em Parnamirim, foi brutalmente torturado, constituindo essa saga vivida por Luís, um capítulo do livro A História Militar do Brasil, de Nelson Werneck Sodré. Em 1958, a convite de Fidel Castro visita Cuba. Com o golpe militar de abril do mesmo ano, Luís é preso e, novamente, submetido à tortura. Permanece preso até fins de 1964. Libertado, imediatamente passa à clandestinidade, no Rio de Janeiro. Durante o período de vida clandestina, Luís Maranhão Filho, atua em diversas missões e comissões 103partidárias. Era importante elo de ligação nos contatos do partido com a Igreja Católica e políticos de oposição legal.
Circunstâncias da Prisão e Morte
Luís Maranhão Filho foi preso no dia 03 de abril de 1974 numa praça em São Paulo, capital. Pessoas que presenciaram a cena, informam que ele foi algemado e conduzido num transporte de presos pelos agentes do DOI-CODI do II Exército. A ditadura militar jamais reconheceu a prisão do militante político; oi incluído no rol dos desaparecidos. Sua esposa denunciou, através do Secretário Geral do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), deputado Thales Ramalho, que Luís estava sendo torturado em São Paulo pelo famigerado assassino Sergio Fleury. Em 15 de maio de 1974, o vice-líder da ARENA, eputado Garcia Neto prometia “que o governo tomaria providências para elucidar os sequestros de presos políticos, inclusive de Luís Maranhão Filho”. Providências nunca encaminhadas. Em 08 de abril de 1987, o ex-médico e torturador Amilcar Lobo revelou, em entrevista à Isto É, que viu Luís sendo torturado no DOI-CODI do I Exercito no Rio de Janeiro. Em 1993 o ex-agente do DOI-CODI, Marival Chaves, em entrevista à Revista Veja, disse que Luís fora trucidado pelos órgãos de segurança da itadura militar; seu corpo não foi localizado.
FONTE: LIVRO O GOLPE MILITAR NO RIO GRANDE DO NORTE E OS NORTE-RIO-GRANDENSES MORTOS E DESAPARECIDOS: 1969/73, DE LUCIANO FABIO DANTAS CAPISTRANO
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