
Nasceu em 17 de junho de 1947 na praia de Caiçara, no município de São Bento do Norte, Rio Grande do Norte, filho de Luis Elias dos Santos, pescador e Joana Elias Bezerra, florista. Atividades Estudou
na
Escola
Isolada
São
Bento
do
Norte,
onde
fez
o
curso primário.
Em
1961
transfere-se
para
Natal,
passando
a
residir
na
Casa
do Estudante e a estudar no Colégio Atheneu Norte-riograndense. Quando cursava a 3ª série do curso ginasial, Emmanuel, juntamente com outros colegas, funda o jornal
O
Realista,
voltado
para a
denúncia
política
das
misérias
da
nossa sociedade. Logo em seguida, já na época da ditadura militar, Emmanuel cria
“ o Jornal do Povo”, publicação libertária com correspondente em vários municípios do estado. No Atheneu estuda até o 1º ano clássico, 1965. Em 1966 fica doente e perde o ano letivo, recuperando-se imediatamente com o supletivo (art.99) e presta exame vestibular, ingressando na Faculdade de Sociologia da Fundação José Augusto em 1967. Neste ano é eleito delegado ao XIX Congresso da UNE em São Paulo. Também é eleito presidente da Casa do Estudante, onde realiza uma administração marcada pelo dinamismo, ousadia e eficiência. A Casa do 91Estudante é transformada em forte trincheira de luta do movimento estudantil (secundaristas e universitários) de Natal. Torna-se, em 1968, na gestão de Ivaldo Caetano
Monteiro,
diretor
do
Diretório
Central
dos
Estudantes
da
UFRN, esempenhando função de liderança no meio universitário. A partir de 1966, Emmanuel passa a integrar o Partido Comunista Brasileiro (PCB), sendo um dos principais articuladores e
teóricos
da
Luta Interna
no
velho
partido,
dele se afastando em
1967
para
incorporar-se
no
Partido Comunista Revolucionário PCR). Com a edição do Ato Institucional nº 5, Emmanuel é preso (dezembro de 1968), condenado cumprindo a pena até outubro de 1969 em quartéis do Exército, Distrito Policial e finalmente na Base Naval de Natal. Libertado, Emmanuel imerge na clandestinidade, indo atuar politicamente (já como dirigente nacional do seu partido) nos estados de Pernambuco e Alagoas. Nesse período, realiza viagens ao Chile e Argentina em missão do partido, buscando aglutinar exilados brasileiros à
luta em
desenvolvimento
no
país.
Além
de
militante
político, Emmanuel era uma pessoa voltada para a arte e cultura, tendo participado dos
movimentos artísticos desenrolados na capital Natal. Rabiscou seus primeiros poemas adolescentes ainda na sua longínqua Caiçara do Norte. Apesar das atribulações da vida clandestina, foi possível salvar alguns poemas de sua autoria.
Circunstâncias da Prisão e Morte
Emmanuel foi preso no dia 04 de setembro de 1973, às 08:30 horas no Largo da Moema, São Paulo, quando regressava de viagem ao exterior. 92Conduzido para o DOI-CODI do II Exército, onde passou a ser torturado brutalmente até a morte, junto com o seu companheiro Manoel Lisboa de Moura,
que havia sido aprisionado desde o dia 17 de agosto em Recife. A necropsia foi realizada pelo famigerado legista Harry Shibata, o qual deve ter assinado o laudo sem ter examinado o cadáver, não constatou as inúmeras marcas de torturas no corpo de Emmanuel. Em fotografia recuperada pelas entidades de direitos humanos, fica evidenciada a violência sofrida por Emmanuel: seu olho esquerdo está visivelmente inchado, seus lábios também estão intumescidos, sua testa apresenta ferimentos, a base do seu nariz está quebrada, seu lábio inferior está cortado e em volta do seu pescoço desenha-se um colar de morte, como se fora feito a fogo. Foi sepultado, ao lado de Manuel Lisboa, no cemitério de Campo Grande, como indigente.
FONTE: LIVRO O GOLPE MILITAR NO RIO GRANDE DO NORTE E OS NORTE-RIO-GRANDENSES MORTOS E DESAPARECIDOS: 1969/73, DE LUCIANO FABIO DANTAS CAPISTRANO
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