RUBENS MANUEL LEMOS, natural de Santana do Matos-RN, NASCIDO A 7 DE JUNHO DE 1941, FILHO DE José Ferreira Lemos e de Maria Bartulina Lemos. Casou-se com HELENA REALI, com quem teve três filhos: LUCIA, MARCOS WILSON e FABIO CÉSAR. Casado em segunda núpcias com ISOLDA MARIA CARNEIRO DE MELO, com quem teve três filhos:RUBENS MANOEL RUBENS FILHO, IASMINE LEMOS, CAMILO LEMOS e DANIEL DANTAS. Militante de esquerda, candidato a governador pelo PT no pleito eleitoral de 15 de novembro 1982, obtendo 3207 votos.Comando o programa de Rádio “A GRANDE PARADA”, na Rádio Poti, Rubens faz críticas ao Regime Militar. Tem início à perseguição que o levou ao exílio ao regime Militar no Chile, e , na volta ao Brasil, aos porões da Ditadura Militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCRB), retornou ao Brasil para ajudar um companheiro a sair do país. Acabou preso no DOI-Codi, no Recife, tendo sido barbaramente torturado. Um dos seus algozes foi o famigerado delegado SÉRGIO PARANHOS FLEURY, imagem e semelhança da repressão. Ele trabalhou nos Rádio NORDESTE, TROPICAL, RURAL DE NATAL, TABAJARA DE JOÃO PESSOA, VILA REAL DE CUIABA e foi correspondente do Diário de Pernambuco. Rubens Lemos morreu em 4 de junho de 1989.
FONTE: JORNAL DO SISJEM, EDIÇÃO DO DIA 27 DE JULHO DE 2011
Gostaria que corrigissem alguns erros:Faleceu no dia 04 de junho de 1999 em Natal /RN, aos 57 anos.Recebeu vários prêmios como jornalista, por retratar prisões, torturas e testemunhos da época de ditadura no Brasil. Um desses prêmios ele dedicou aos jornalistas. Dizia:
ResponderExcluir“JORNALISTA NÃO FAZ DISCURSO, ACOMPANHA A HISTÓRIA. É SUJEITO E OBJETO DELA.”.
E foi como sujeito e objeto da história , que Rubens Lemos viveu grande parte da sua vida.
Os momentos, temas de muitas matérias, enfocaram o fato dele ser sujeito da história, uma história de torturas, lutas e vitórias.
Aos 16 anos , como todo nordestino que sonha alto, foi tentar ganhar a vida sozinho , veio para o Paraná. Autodidata, entrou para a vida do rádio e jornal em 1958, ingressando na Radio Londrina e na Folha de Londrina. Com 19 anos já era editor do segundo caderno do jornal, onde ficou 6 anos. Ele começou fazendo esportes e terminou passando por todas as editorias e escalões do jornalismo lá dentro. recebeu o convite para ser o chefe de reportagem do jornal “Ultima Hora. Dividiu a redação com Samuel Wainer e Nilson Rimoli, os dois maiores jornalistas que segundo ele, conheceu. Paralelamente, ao trabalho no Jornal, Rubens Lemos fazia rádio.
Agitador e contestador, liderou então o primeiro movimento grevista do rádio brasileiro, paralisando por oito dias uma das principais emissoras do Paraná, ao lado de 23 companheiros. Surgia ali o mais jovem guerrilheiro urbano.
Em 06 de setembro de 1961 se casa com Maria Helena Reali, em 09 de julho de 1962 nasce sua primeira filha, Lucia Irene Reali Lemos, em 18 de dezembro de 1963 nasce seu segundo filho, Marcos Wilson.
Em 1964, aos 22 anos assumiu a direção da principal emissora do Paraná, a Rádio Atalaia de Maringá e posteriormente, a rádio Atalaia de Londrina. Foi exatamente quando veio o golpe militar. Rubens se posicionou contra a ditadura.
A sua rádio foi a única que não se submeteu às imposições dos militares. Em represália , a emissora foi tirada do ar.
Com prisão decretada, o jornalista passou a se esconder dos militares. Foi para o Mato Grosso do Sul, atrás de um irmão, mas ao chegar lá ele já estava preso por questões políticas.
Refugiou-se em Natal. Lá foi repórter, foi editor geral em Jornais (TRIBUNA DO NORTE E DIÁRIO DE NATAL) e nas rádios Rubens fazia narração de futebol (outra de suas grandes paixões) também teve um programa de música popular brasileira “A grande parada” Na Rádio Cabuji de Natal, considerado de grande audiência, teve o dissabor de voltar a clandestinidade. O programa vivia sob os olhares da repressão.. Rubens terminava o programa todas as noites dizendo: “até amanhã, se deixarem”. Em 28 de maio de 1967 nasce seu terceiro filho, Fábio Cesar.
Por ajudar muitos companheiros clandestinos perseguidos pela ditadura militar, terminou novamente com a repressão na sua cola, no final dos anos 60, abril de 1969 – Envia sua esposa e seus três filhos para se esconderem em Londrina, Paraná. Depois de fugir de um cerco com ajuda de amigos, exilou-se no Chile. Ficou lá três anos trabalhando no Conselho de Desenvolvimento Social do Chile. Com o golpe militar naquele país em 1973, ele deixou clandestinamente o Chile para voltar , clandestinamente ao Brasil. Destino: Natal novamente. Lá foi delatado e acabou sendo levado para Recife, onde foi preso e torturado. Por 60 dias No DOI-CODI, conviveu com outros presos políticos, e viu muitos deles serem mortos nas celas. Rubens, também estava condenado a morrer. Na Europa foi noticiada a sua morte e houve uma denúncia pelos exilados brasileiros. Alguém que ele nunca soube quem foi, apontou seu nome e poupou-o da morte. Foi posto em liberdade no dia 21 de novembro de 1974.
A partir desta data, não parou mais com sua luta ... e brigou pela ANISTIA de muitos companheiros que, hoje fazem parte da nossa política no cenário nacional.